Técnico inglês comanda Locomotiva Rugby em Araraquara

O Locomotiva Rugby Clube Araraquara ganhou um novo treinador: o inglês Gary Beck, de 23 anos, que ficará em Matão e Araraquara durante dez meses. Ele veio para o Brasil participar do projeto “Try Rugby”, realizado pelo Sesi, em parceria com o British Council e a Premiership Rugby, a liga do esporte na Inglaterra.

O técnico está morando na cidade de Matão e ensinando o rugby para os estudantes do Sesi. Aos finais de semana, ele é o técnico do time de Araraquara. “Ter um treinador da Premiership inglesa não é para qualquer um. São raras as equipes do Brasil que têm a chance de treinar com um técnico de verdade. Ele se colocou à disposição para jogar também, o que nos deixou extremamente felizes”, diz o capitão e técnico do Locomotiva, Eduardo Bressan Boeck, 34.

Estilo brasileiro

Gary já treinou times no Canadá e nos Estados Unidos. Para ele, existem diferentes estilos no rugby. “No norte, é um jeito mais seguro, eles não cometem erros, o que faz o jogo ser mais lento e um pouco mais físico. No sul, eles gostam de testar coisas e o jogo é mais rápido. No Brasil, é uma mistura dos dois, o que faz o jogo ser emocionante e físico”, afirma Gary, em entrevista exclusiva à Tribuna Impressa.

Apesar de ter começando a treinar a equipe local há pouco tempo, Gary já está ansioso pelos próximos treinos. “Tenho de admitir que este é o time mais fácil que eu já treinei. Os caras parecem ouvir tudo que eu falo. Eduardo e o pessoal fazem com que eu me sinta bem-vindo. Tudo o que eu quero é que o time aprenda tudo o que é possível e que eles se desenvolvam como jogadores de rugby”, conta.





Treino em inglês

Gary não fala português e nem todos os atletas entendem inglês, mas a linguagem não tem sido um problema durante os treinos. “No pouco tempo que eu estou na cidade, fizemos o treino de combate homem a homem. No tackling, achei que seria difícil, mas fiquei surpreso”, ressalta. O tackle é um movimento em que o jogador agarra o adversário e o coloca no chão. Existe muita técnica envolvida para que ninguém se machuque e deve ser feito com segurança.

O treinador acredita que, com a volta do rugby aos Jogos Olímpicos, a modalidade sevens vai para frente. “Países como o Quênia têm tido uma noção real do sevens. Hoje em dia, os atletas de lá são algumas das figuras mais importantes no esporte. Um monte de gente acha que o rugby é um esporte violento, mas não é; é físico”, garante.

Pausa no treino para experimentar churrasco

Além de aprimorar as habilidades e conhecer diferentes estilos do rugby, Gary também aproveita o projeto para conhecer mais sobre a cultura brasileira. “Eu tenho de ser honesto. Na Inglaterra, nós não ouvimos boas histórias sobre o Brasil. Nós ouvimos sobre drogas, prostituição e crimes. Mas desde que eu vim para cá, eu tive uma feliz surpresa”, revela. Em relação à comida, o técnico não tem dúvidas sobre sua preferência. “Estive em vários lugares e já provei muitos pratos, mas nada se compara a um churrasco do Brasil. Já comi mais churrasco aqui do que na minha vida toda”, completa.

Fonte: Araraquara.com





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