Altura de prédios motiva ação contra Plano Diretor em Araraquara

Entidade que representa 13 bairros da cidade de Araraquara (273 km de São Paulo), a Sociedade Amigos da Fonte mobiliza uma manifestação contra a revisão do Plano Diretor do Município. O grupo reclama que a população não foi ouvida na discussão para a elaboração do documento e questiona a ampliação da altura máxima dos prédios.

Como uma reportagem da Folha divulgou no mês passado, o novo plano prevê edifícios mais altos em vários corredores da cidade.

O texto do Executivo já chegou à Câmara e deve passar ainda por cinco audiências setorizadas. Pelo novo plano, os índices de aproveitamento, que regulamentam a altura dos prédios, chegam a 4,5, máximo permitido.

Áreas com índice 4,5 podem ter construções até 4,5 vezes mais do que o total do terreno. Um terreno de 2.000 m², por exemplo, poderia ter construções de 9.000 m².

O índice máximo de Araraquara é maior do que o de algumas capitais, como Porto Alegre (3) e a cidade de Curitiba (3), segundo um manifesto do núcleo regional do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).

A discussão ficou mais acirrada porque a prefeitura fez a leitura do Plano Diretor em cinco dias, mas não houve abertura para propostas. Foi quando a Amigos da Fonte entregou abaixo-assinado pedindo as audiências, criou um e-mail e aderiu ao site de relacionamentos Facebook para angariar membros.





Morador da Vila Harmonia, representada pela Sociedade, Sérgio Domingos afirma que cinco reuniões são poucas para uma discussão complexa.

Representante do IAB no Compua (Conselho Municipal de Planejamento e Política Urbana Ambienta), a arquiteta na cidade de Araraquara Beatriz Aied afirma que as tabelas com os índices de ocupação, de aproveitamento e densidade residencial foram apresentados brevemente nas reuniões do órgão sobre a revisão.

“Os índices estão muito acima e não houve como avaliar porque não tem estudos de impactos de infraestrutura, de trânsito e ambiental.”

DISCUSSÃO ABERTA

A secretária de Desenvolvimento Urbano de Araraquara, Alessandra de Lima, garante que houve discussões sobre o plano nos últimos três anos em reuniões e fóruns. “Todas eram abertas e com convites públicos.”

Ela afirma ainda que a população poderá se manifestar nas audiências que serão realizadas pela Câmara e que o índice de verticalização de 4,5 não foi proposto na atual revisão, mas mantido da última alteração, de 2008.

Alessandra afirma que cada empreendimento precisa apresentar seus próprios estudo de impacto.

Fonte: Folha.com





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