Funcionários da unidade da Nestlé em Araraquara realizaram na madrugada desta quinta-feira (30) um protesto em frente à empresa devido à proposta de alteração no horário de 36 de trabalhadores da fábrica. A classe teme uma redução de até 40% no salário com a perda do adicional noturno, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação na cidade.
A manifestação começou às 3h da madrugada e a estimativa é de que cerca de 100 trabalhadores tenham participado da ação, que contou com aproximadamente 30 sindicalistas da região, de acordo com Antonio Gonçalves Filho, presidente do sindicato de Araraquara.
Filho explica que, pela lei trabalhista, o adicional noturno deve ser pago do início ao fim da jornada, das 22h às 5h. “A nossa maior preocupação é com o pessoal que trabalha das 4h às 13h. A empresa está querendo mudar o turno para o horário das 5h às 14h, alegando redução de gastos, e com isso deixar de pagar o adicional, o que significa uma perda para o trabalhador em torno de 40%”, explica.
Segundo ele, o sindicato tentou uma negociação e a empresa se comprometeu a pagar até dezembro deste ano o adicional para os funcionários do turno que sofrerá a mudança. O acordo, entretanto, não resolve o problema, ressalta Filho.
“Muitos trabalhadores fizeram empréstimos, compraram carro, casa, com o salário que eles ganham atualmente. Então, a partir do momento que se perde esse valor eles podem ter dificuldade para pagar as contas que adquiriram”, diz.
Apesar da situação preocupante, o sindicalista descarta uma possível paralisação das atividades na fábrica. “Eu não acredito nessa possibilidade, por isso iremos protestar. A empresa já disse que de qualquer forma irá mudar o horário do turno. Esperamos que ela reveja a questão do adicional”, declara Filho.
Outro lado
Em nota, a Nestlé Brasil esclarece que a duração da jornada de trabalho na unidade de Araraquara permanece inalterada, respeitando a legislação trabalhista. Segundo o comunicado, ocorrerá uma adequação no horário de entrada e saída de um dos turnos e envolverá 13% dos colaboradores da fábrica, a partir do dia a partir do dia 1º de setembro de 2012. Essa adequação será feita para alinhar a escala da unidade com os horários de turno já aplicados pela companhia em todas as suas fábricas no Brasil.
Ainda segundo a nota, durante período de negociação com a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo (Fetiasp) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Araraquara e Região, a empresa analisou as eventuais consequências desta adequação para os colaboradores e concordou em integrar as solicitações da entidade sindical por um período determinado como transição ao novo horário do turno.
Fonte: G1