Fanny Marracini, lições de vida de uma professora de francês em Araraquara

Cantada principalmente em prosa pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão, de quem foi professora de francês, a araraquarense Fanny Marracini teve vida digna de ser cantada também em versos.

Apaixonada pelo idioma, que aprendeu em colégio dominicano, foi nessa língua que se apaixonou por um engenheiro, paixão que ao longo da vida acabou se perdendo entre Araraquara e Paris.

Foi uma tragédia familiar que colocou a professora em contato com o idioma. Nascida em família de dez irmãos — cinco homens e cinco mulheres — Fanny perdeu de uma vez só a mãe e cinco irmãos, vítimas de tuberculose.

Diante da tragédia, o pai, Pedro Marracini, mandou as duas filhas mais novas para estudarem na cidade de Poços de Caldas, em colégio interno. “Elas tiveram educação primorosa”, garante a sobrinha Maria Regina Marracini de Andrade. Segundo ela, foi no colégio que a tia se apaixonou pelo idioma. “Ao voltar, já normalista, foi dar aulas de francês.”





Na volta para casa, Fanny viu mais uma vez a tragédia bater na família, só que desta vez, financeira. O pai envolveu-se na eleição do político Plínio de Carvalho e deixou todas as economias na campanha. “A Fanny então resolveu dar aulas para ajudar a família. Ela se apaixonou de tal forma pelo ensino, que nunca mais deixou de ser educadora”, revela.

Foi professora, entre outros estabelecimentos de ensino de Araraquara, dos colégios Progresso e São Bento e da Escola Estadual Bento de Abreu (Eeba), seu último emprego. Por todos os seus 99 anos de vida — ela completaria cem anos no último dia 4 — ocupou o mesmo casarão na Rua Itália, 1.437. “Mesmo casada, continuou morando e cuidando do pai, que morreu com 96 anos”, explica a sobrinha.

Fonte: Araraquara.com





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