O Sesc de Araraquara (SP) está com uma exposição de cinco artistas brasileiros e estrangeiros que participaram da bienal de São Paulo. No local, o público pode conferir fotos e vídeos que levam a uma reflexão. A exposição pode ser visitada até junho e a entrada é de graça.
Entre as obras selecionadas estão as do brasileiro Nino Cais. Ele é paulistano e chama bastante a atenção pelo colorido dos quadros, por retratar objetos do cotidiano e propor uma reflexão: será que estamos muito materialistas?
Para a analista financeira Gabriela de Souza, hoje em dia, muitas pessoas tentam mudar esse comportamento. “Tenho visto, pelo menos no meu círculo, as pessoas tentando retomar a origem das relações, do contato com a arte e se distanciar um pouco desse consumismo. Mas ele ainda existe muito, muito mesmo”, observou.
Objetos grudados ao corpo e retalhos cheios de nós simbolizam as relações humanas. “Como se tudo que temos ao nosso redor, a gente prendesse com um nó, tornando ainda mais difícil desapegar, pois está realmente muito preso, muito forte”, analisou Letícia Gallo, que é educadora da exposição.
Quem visitar a bienal também vai aprender novos vocabulários. Palavras inventadas pelo artista Marcelo Coutinho estão expostas nos painéis. Elas representam sensações. O educador da exposição Marko Dallabrida explicou que são neologismos criados pelo artista. “Essas palavras não existem em nenhum dicionário, somente nessa instalação dele, nesses verbetes que ele deixou aqui exposto”, disse.
Essa pode ser a última chance para o público conhecer o trabalho do artista na cidade de Araraquara, de acordo com Dallabrida. “Isso porque ele acabou de encerrar sua carreira como artista”, informou.
Estrangeiros
o cineasta canadense Guy Maddin reuniu várias histórias que podem ser vistas em telões. Cada um mostra trechos de longas metragens; são roteiros de filmes que não chegaram a ser produzidos e os melhores ele reuniu para a exposição.
Segundo a educadora Letícia, Maddin é muito influente no meio do cinema, então as pessoas dão para ele os roteiros produzidos, mas não lançados. “Ele mesmo diz que é um plágio, mas é um plágio original”, revelou.
Um artista Islandês apresenta fotos tiradas na índia em uma época do ano que o país fica coberto por uma névoa, o que dá a sensação de algo misterioso. Em outras, o artista retrata o equilíbrio entre o homem e a naturaza.
“A série de fotos na Índia foi feita no outono, durante o amanhecer. Trabalha exatamente aquela imagem fantasmagórica, a imagem que está iminente ainda, que não está sendo vista de verdade”, explicou Dallabrida.
Serviço
O quê: Exposição com artistas brasileiros e estrangeiros
Onde: Sesc Araraquara (Rua Castro Alves, 1.315, Quitandinha)
Quando: até junho de 2013
Fonte: G1