Escolas rurais viram referência fora dos assentamentos em Araraquara

As escolas municipais de ensino fundamental (Emefs) “Professor Hermínio Pagotto” — no Assentamento Bela Vista — e “Maria de Lurdes Silva” — no Assentamento Monte Alegre — são tidas como referências no País pela estrutura que oferecem aos seus cerca de 400 alunos em Araraquara.

Pesquisadores de diversas universidades do Brasil e do mundo já visitaram a escola do Bela Vista, que constantemente é tema de reportagens de vários canais de tevê.

Repercussão

Na última semana, cerca de cem alunos do Colégio paulistano Vera Cruz foram ao Bela Vista participar do projeto Local e Global no Interior Paulista. “Os alunos têm toda a parte teórica para, depois, nas atividades práticas, visitarem acampamentos, escolas e assentamentos”, explica a professora de Geografia da escola da Capital, Marli de Barros. Além de acompanharem palestras na escola rural, os alunos visitantes também entrevistaram os moradores do assentamento.

Qualidade do ensino

Para a diretora da Emef do Bela Vista, Adriana Lopes Morales Caravieri, o destaque que sua escola alcançou no Estado de São Paulo e no País, deve-se, principalmente, à qualidade de ensino e pela infraestutura que, segundo ela, grande parte das escolas rurais do Brasil não tem.





“Temos como um de nossos objetivos valorizar a identidade do homem do campo, resgatando sua cultura e seus saberes”, completa Adriana. A faxineira Tatilaine Zerbtinatto, moradora do Monte Alegre, tem três filhos matriculados na Emef do assentamento. Para ela, a alimentação e a qualidade dos professores são os principais diferenciais. “Brinco lá em casa ao dizer que meus filhos estudam no céu”, diz Tatilaine.

Valores do campo contribuem com nível do ensino

Adriana Lopes Morales Caravieri é professora e diretora da Escola do Bela Vista desde 1994. Para ela, “os valores das pessoas que vivem no campo são bem diferenciados e perceptíveis”. A escola foi municipalizada em 2002, mas, a partir da década de 1940, funcionou como escola de uma usina. Ela foi desativada e reativada em meados da década de 1990.

A professora Gisele Cristina Tiezzo, 35, que cresceu e estudou na região do assentamento ainda se surpreende com as atitudes de seus alunos. “Todos os dias fazemos orações aqui na escola. Outro dia, uma das crianças veio me agradecer, pois sua família tinha conseguido alcançar uma graça. Fiquei emocionada.”

A diretora lembra que não há casos de evasão escolar na Emef. “Às vezes, temos até que ‘brigar’ para que as crianças voltem para casa”, lembra a diretora, referindo-se a tamanha vontade que os alunos têm de ficar na escola.

Fonte: Araraquara.com





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