Professora de matemática de Araraquara dá lição de vida

Apesar de ter dedicado a vida às causas educacionais, tendo, inclusive, atuado por 25 anos na Diretoria de Ensino de Araraquara, as histórias mais marcantes da professora de Matemática Darcy Dantas ocorreram fora da sala de aula.

Filha de fazendeiros de Tabatinga, Darcy veio para Araraquara aos 16 anos, com o objetivo de estudar no Colégio Progresso.

“Vim morar com o meu tio, o Édson Leite, proprietário da famosa Farmácia Internacional”, conta a professora, que após terminar o ensino médio foi para São Paulo cursar Matemática.

Lá, conheceu o pai de seu único filho, com quem teve um rápido romance. “De repente, ele fugiu me deixando grávida, sozinha”, recorda. Meses depois, Darcy recebe a visita de um delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) enquanto lecionava em uma escola da Capital paulista. “Não sabia que meu ex-namorado era assumidamente contra a ditadura militar. Então, foram atrás de mim para investigar”, lembra. De acordo com Darcy, ela foi levada para a sede do Dops.





“Deixaram-me esperando por seis horas. Grávida e com muita sede, levei um tapa na cara que me fez perder um dente quando pedi um pouco de água para um dos agentes”, recorda. Darcy só foi liberada 15 dias depois, após um delegado ter se sensibilizado com sua situação. “Falo para as pessoas que não vejo minha vida como um dramalhão, como muitos imaginam quando ficam sabendo pelo que passei. Minha vida é, sim, uma bela poesia”, define.

“Falo para as pessoas que não vejo minha vida como um dramalhão, como muitos imaginam quando ficam sabendo pelo que passei. Minha vida é, sim, uma bela poesia”, define.

Fonte: Araraquara





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