Falta de estrutura prejudica Parada Gay de Araraquara, diz organizador

A sétima edição da Parada do Orgulho LGBT, tradicionalmente conhecida como Parada Gay, reuniu cerca de três mil pessoas na tarde deste domingo (18) em Araraquara (SP). Para Alberto Carlos Andreoni, o número de participantes ainda é baixo e uma das principais causas é a falta de investimento.

Segundo ele, a Prefeitura municipal de Araraquara ajudou com o trio elétrico para animar a festa, mas o evento precisa de muito mais para se manter. “A gente sentou para conversar com eles em maio, então não foi o período eleitoral que atrapalhou. A Parada foi adiada três vezes. Era para ter ocorrido em setembro, mas mudaram para o dia 11 de novembro e depois para este dia 18”, contou.

Andreoni disse que falta de incentivo prejudica cada vez mais a festa. “Eles [a administração municipal] precisam ter visão empresarial. Se eles trazem um artista de nome, a gente consegue arrastar mais gente. Com isso, há um movimento na rede de hotelaria, nos restaurantes, no transporte e isso gera impostos para a nossa cidade”, reclamou.

Fora homofobia
Com o tema “Viva cidadania e fora a homofobia”, a festa teve início às 14h, em frente ao Teatro Municipal, na Fonte Luminosa. A abertura oficial da Parada ocorreu por volta das 16h, com caminhada pela Avenida Bento de Abreu até a Arena da Fonte, na Praça Scalamandré Sobrinho.





Ao som de música eletrônica, o evento atraiu um público de idades variadas. Moradora na Vila Xavier, a dona de casa Maria Cardoso, de 69 anos, aproveitou o domingo para se divertir com a família. “Eu adoro, acho lindo. Tenho um primo gay e vim com as minhas duas filhas e genros. Na minha casa a palavra preconceito não existe, por isso estamos aqui e vamos acompanhar o trio”, disse.

O casal de namorados Jean Barbosa, de 23 anos, e Gilmário Neves, de 24, também curtiram a Parada. Eles, que se conheceram há oito meses na cidade, concordaram que ainda falta superar muitas etapas para a que o evento consiga atingir seu objetivo.

“A festa é boa, mas com a falta de investimento fica fraca, ainda não é o que queríamos”, disse Neves. “A Parada hoje perdeu um pouco esse foco de conscientização, as pessoas vêm mais para curtir, mas eu acho que os gays precisam se politizar mais com a causa, real sentido da festa”m completou Barbosa.

Mesmo com um menor público, tudo ocorreu dentro do planejado, segundo organizador. “É a sétima edição e a gente nunca teve uma ocorrência policial, sempre uma festa pacífica, bonita, colorida, justa, honesta, pedindo um espaço de autoafirmação e um espaço de direito de igualdade para sermos iguais e não diferentes”, declarou Andreoni.

Fonte: G1





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