A empresa de economia mista Morada do Sol Turismo e Eventos S/A, da qual a Prefeitura Municipal de Araraquara detém 51% das ações, estuda a possibilidade de abrir uma licitação com o objetivo de atrair algum clube de futebol para fechar contrato de cessão de uso do estádio.
Segundo a presidente da Morada Eventos, Eneida Miranda de Toledo, a proposta seria nos moldes do que ocorre nas arenas europeias e no Engenhão, na cidade do Rio de Janeiro, estádio que foi alvo de concorrência em 2007, vencida pelo Botafogo-RJ, que ganhou assim o direito de uso do local por 20 anos não prorrogáveis.
“A discussão só foi adiada por ser ano eleitoral, mas o caderno de encargos está sendo elaborado pela Secretaria de Assuntos Jurídicos”, explica Eneida Miranda de Toledo, presidente da Morada Eventos.
Ainda segundo a presidente, 2011 foi o primeiro ano em que a Arena gerou lucro — cerca de R$ 113 mil —, alcançado graças aos jogos que Ponte Preta, Guarani e Corinthians realizaram em Araraquara.
“O único repasse que a Ferroviária faz à Morada refere-se a 10% do valor da renda declarada das partidas. Neste campeonato [Copa Paulista], a média de público não chega a 500 torcedores, gerando para a Arena valores de até R$ 300, insuficientes para pintar o gramado”, desabafa Eneida.
Parceria público-privada é a solução, diz gestor
Segundo o professor de Gestão Pública da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) Ernesto Dimas Paulella, a parceria público-privada (PPP) desponta, cada vez mais, como alternativa viável. “Hoje, o futebol é um negócio com grandes potencialidades. Sendo gerido por profissionais especializados, pode ser muito rentável”, explica o gestor.
Clube diz ter prioridade de uso
O diretor administrativo da Ferroviária, Bruno Ópice, diz que “foi feito um contrato onde consta que a Ferroviária tem prioridade diante de qualquer situação, mesmo em um caso como este, que, se ocorrer, esperamos contar com a intervenção da Câmara Municipal”.
Ainda conforme o dirigente da Ferroviária, “antes de todos os jogos, o clube fornece a tinta para pintar o gramado, não sendo esta nossa obrigação”. “O Palmeiras repassa 5% da renda obtida com seus jogos aqui na Arena. Por que nós temos de arcar com 10%? Vamos encaminhar à Câmara uma proposta de revisão deste porcentual”, finaliza o diretor.
Fonte: Araraquara.com