Após o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) divulgar pela sexta vez um prazo para término das obras do contorno ferroviário — maio de 2013 —, a oficina de manutenção da América Latina Logística (ALL) indica que pode continuar na região central de Araraquara.
“Somos a favor da retirada de nossas operações da área urbana. Mas, para que isso ocorra, o Dnit deve construir as oficinas em Tutoia, como previsto no projeto inicial do contorno, pois não podemos interromper nossas atividades”, explica a gerente de Relações Corporativas da ALL, Renata Trevisan.
Por meio de nota, o órgão federal assume que “o projeto do contorno de Araraquara e do pátio de Tutoia previa, inicialmente, a transferência das oficinas do centro da cidade para a área rural”.
“Quando o empreendimento foi incluído no PAC, o grupo gestor retirou a construção das oficinas do contrato, entendendo que deveria ficar a cargo da concessionária”, diz o texto, que informa que esta questão está sendo discutida com a ALL, e não há prazo para definição. Segundo a assessoria de imprensa da ALL, 350 pessoas trabalham, atualmente, na oficina de manutenção de Araraquara.
Prefeitura intermedeia impasse
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Araraquara informou que o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) está intermediando a discussão entre Dnit e ALL, para dar fim ao impasse. A nota segue dizendo que “de fato, a ALL necessita de uma nova oficina, que não está prevista no projeto inicial do Dnit”.
Ainda conforme a nota, Barbieri esteve em Brasília recentemente para reunir-se com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Ambos, de acordo com a assessoria de imprensa, acreditam que ‘a situação será resolvida o mais breve possível’.
Barulho incomoda moradores
Moradora da Vila Ferroviária há 16 anos, a dona de casa Selma Angélica Ferreira explica que sofre com os barulhos provenientes das operações realizadas na oficina da ALL.
“É barulho durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Aqui em casa, temos de conversar em tom mais alto e assistir à tevê com o volume no máximo. Já nos adaptamos”, conforma-se Selma.
Ainda segundo a moradora, o maior incômodo ocorre principalmente de madrugada, quando a utilização das buzinas e dos apitos por parte dos maquinistas é bem mais frequente.
“Eu, sinceramente, não sei por que apitam tanto. Eu sei que é uma norma de segurança. Só que fica nítido que eles usam esse recurso de forma abusiva. Às vezes, dá a impressão de que os funcionários ficam se cumprimentando por meio da buzina”, declara. O aposentado José da Silva Santos, de 69 anos, acredita ser difícil que a oficina da ALL saia da área central de Araraquara.
“Desde quando existe esta discussão? Alguém acha mesmo que este transtorno vai terminar um dia? Eu já perdi todas as minhas esperanças. O tal de contorno ferroviário já está sendo construído há quase dez anos, mas não terminam isso nunca”, desabafa o morador da região.
Fonte: Araraquara.com