Marcha pelo parto humanizado atrai mães, pais e bebês em Araraquara

Um grupo de mães da cidade de Araraquara organizou por meio da rede social uma marcha para incentivar o parto humanizado. O evento, que ocorreu no domingo (5) na cidade, reuniu cerca de 50 pessoas. O objetivo foi chamar a atenção para o assunto.

Segundo o Ministério da Saúde, 43% dos partos realizados no Brasil são cesarianas. Os dados revelam ainda que 80% desse procedimento ocorre com mulheres de classe média alta e que possuem plano de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável um índice de até 15% de procedimentos cirúrgicos.

De acordo com Secretaria Estadual de Saúde, em 2010 nasceram em Araraquara 2.532 crianças vivas, sendo 608 de parto natural e 1.923 de cesariana. Em São Carlos (SP), foram 2.831 nascimentos (783 normais e 2.043 cesáreas). No mesmo ano, em na cidade de Rio Claro (SP), foram 2.330 nascimentos – 696 de parto normal e 1634 cesáreas.

No encontro deste domingo, as mães de Araraquara, acompanhadas de pais e bebês, se reuniram em frente ao Teatro Municipal, na região central, e caminharam até a Praça do Daee. A dona de casa Milena Costa fez questão de ir ao evento e levar o filho Dante, de nove meses, que nasceu de parto natural.

“Você já sai sem cortes e sem nenhum possível problema em relação a uma cesárea. Foi ótimo e os benefícios são para o bebê. Apesar de prematuro, o Dante nasceu muito bem”, contou.

O publicitário Dácio Fernandes também foi às ruas apoiar a causa e ressaltou a importância do procedimento natural. “A minha filha nasceu e foi logo mamar, ficou bem mais calma. A recuperação é rápida, fomos todos para casa no dia seguinte. Sem dúvida é bom para a gente e melhor para a bebê”, relatou.





Grávida de nove meses, a técnica em informática Catia Lira Silva espera ansiosa para dar à luz ao menino Benjamin, que deve nascer na próxima semana. “O parto será normal. Prefiro porque é só seguir a natureza da mulher. O bebê vai escolher o dia e a hora que ele vai querer nascer, e não o contrário, sem marcar data”, disse.

Falta de informação

Para Tatiana Machado, organizadora da marcha, o parto natural só traz benefícios, mas ainda falta muita informação às mulheres. “Muitas têm o desejo de fazer um parto normal, mas são levadas à cesárea por indicação dos médicos que só realizam esse tipo de procedimento. Eu vejo como pouco duvidosas”, avalia.

Carla Andreucci Polido, obstetra e professora de medicina da (Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), concorda e diz que as famílias devem se conscientizar e os médicos, indicar cesarianas apenas quando necessárias.

“Há estudos importantes mostrando que as mulheres, quando iniciam o pré-natal, querem o parto normal. Durante o processo de acompanhamento elas acabam mudando a opção. E essa mudança ocorre porque elas não têm acesso a todas as informações que elas deveriam ter para se preparar para o parto”, explica.

A especialista ressalta que a cesárea é obrigatória em pouquíssimas situações. “Hoje em dia, se a paciente é portadora de uma doença causada pelo vírus HIV, por exemplo, a gente tem uma proteção maior contra transmissão para o bebê se ela fizer uma cesariana fora de trabalho de parto. O mesmo ocorre com uma herpes genital em atividade. Se a mulher tiver na hora do parto, ela deve fazer uma cesariana para a proteção do bebê”, explica.

Fonte: G1





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