Relatório aponta crescimento do greening na região de Araraquara

Mais de três milhões de pés de laranja foram arrancados em todo o estado de São Paulo no primeiro semestre por causa do greening. Na região de Araraquara, onde a doença foi diagnosticada em 2004, 2,1% dos pés foram erradicados. Os números são de um relatório divulgado pela Secretaria da Agricultura e mostram que a doença continua crescendo.

Frutos deformados, folhas com manchas amareladas. Esses são os sintomas básicos da doença conhecida como Amarelão, que o produtor aprendeu a identificar. O centro de defesa agropecuária acaba de divulgar um balanço sobre relatórios de inspeção dos pomares: mais de R$ 17 mil foram entregues pelos citricultores.

“Na regional a gente tem observado que houve uma diminuição no número de citricultores em função de mudanças de cultura e isso, consequentemente, vai gerar um menor número de entrega de relatórios, mas não significa que houve menor erradicação de doença porque, comparativamente, os dados permanecem como se houvesse um crescimento constante de erradicação de focos com greening”, analisa o agrônomo Luciano de Aquino Melo.

O relatório geral também apontou que no estado mais de 234 milhões de plantas foram inspecionadas e quase 14 milhões foram erradicadas, sendo 3,2 milhões por causa do Amarelão.





O Ministério da Agricultura determina que todo citricultor entregue um relatório a cada seis meses com duas inspeções feitas no pomar, mesmo se as plantas não estiverem infectadas. A partir desses dados é possível criar estratégias para ajudar o produtor no combate à doença.

“Eu consigo ver onde está tendo um trabalho um pouco mais efetivo ou um pouco mais falho e consigo redirecionar minha força de trabalho para poder ter uma atitude um pouco mais efetiva em cada necessidade”, explica o agrônomo.

O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) faz um levantamento anual sobre a doença, tanto em talhões quanto em plantas, e nos dois casos houve aumento da incidência do Greening. Segundo o gerente técnico Cícero Massari, o clima também favorece a doença.

“Existem alguns trabalhos sendo feitos justamente para saber o quanto pode interferir, mas o que se sabe é que a doença vai incidir, tem condições de incidir em todo o estado, de forma bastante agressiva”, garante o gerente.

Campanhas educativas e ações no campo são frequentes, mas ainda é preciso mais conscientização e manejo regional. “Tem que realmente estar engajado nessas tarefas de controlar o inseto vetor, de erradicar a planta doente e de convencer os vizinhos a fazer o mesmo”, finaliza Melo.

O relatório divulgado aponta ainda que quase 1,5 milhão de pés de laranja foram replantados no estado.

Fonte: G1





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