Obras para duplicação de via alvo de protesto custariam R$ 100 milhões em Araraquara

As obras para a duplicação da estrada vicinal Graciano da Ressurreição Affonso (ARA-080), entre Araraquara e Matão (SP) custariam R$ 100 milhões, segundo o vice-prefeito e secretário de Trânsito e Mobilidade Urbana de Araraquara, Coca Ferraz. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (4) como justificativa para a manutenção do pedágio no local, que foi alvo de protesto no domingo (3). Manifestantes pagaram a taxa de R$ 0,75 para motos e R$ 1,50 para carros com notas de R$ 50, o que provocou fila de 6 km na via.

Segundo o secretário, a arrecadação do pedágio é importante para ajudar na manutenção da estrada, enquanto a vicinal não é duplicada. “Há um sonho de ter essa estrada duplicada, mas precisamos buscar recursos”, disse Ferraz. “O investimento é altíssimo, próximo de R$ 100 milhões, e estamos lutando para ter essa estrada duplicado a médio prazo, existem estudos e a partir de agora vamos tentar viabilizar isso”, afirmou.

Enquanto a obra não é realizada, a cobrança do pedágio é a solução para evitar acidentes, segundo o secretário.“Não é justo deixarem pessoas morrerem nessa estrada e acontecer os acidentes que aconteciam e que agora foram reduzidos, com R$ 5 milhões de investimentos que foram feitos na estrada”, explicou Ferraz. “E também não é justo tirar dinheiro da saúde e da educação para investir na estrada, então é o mínimo que o usuário tem que fazer é pagar para ter a estrada em condições aceitáveis”.

A vicinal passou por obras no ano passado, com a liberação de verba de R$ 3,1 milhões do governo do Estado de São Paulo após o Ministério Público de Araraquara dar um ultimato para a recuperação da via, sujeita à multa de R$ 1 mil por dia até a conclusão da obra.

Cobrança e reajuste

A cobrança do pedágio para motos começou a valer na sexta-feira (1º). Antes, os motociclistas eram isentos da taxa para passar pelo local, que é conhecido na região como ‘pedágio da coxinha’. No mesmo dia, o valor do pedágio para carros, que era de R$ 1, também sofreu aumento, para R$ 1,50.





“É mais ou menos a inflação do período desde a inauguração do pedágio que nunca houve nenhuma atualização, e é um valor mínimo para manter a estrada em condições de segurança na cidade de Araraquara e comodidade”, justificou o secretário.

Sobre a cobrança da taxa para motociclistas, Ferraz afirmou que também são usuários. “O motociclista também tem a sua disposição um serviço de guincho, de atendimento ao usuário e a motocicleta também provoca desgaste na estrada”, considerou.

Durante o protesto, os manifestantes discordaram dessa opinião. “Qual o esforço que uma moto faz na estrada para exigir manutenção dessa pista?”, indagou o engenheiro Fernando Sartori, um dos manifestantes que mora em Matão. “Nem na rodovia eu pago pedágio, por que vou ter que pagar aqui?”.

Além disso, os motociclistas reclamaram das condições da pista. “Pagar para ter uma pista ruim, simples, sem acostamento, onde ainda corro risco de ser assaltada enquanto espero o trem passar é um absurdo”, reclamou a auxiliar administrativa e estudante Laísa Zanoni, que pagou o pedágio com uma nota de R$ 50 e incentivou outros amigos a fazerem o mesmo.

Lentidão

O pagamento com notas, algumas até de R$ 100, provocou lentidão na cobrança, já que os operadores da cabine devolviam o troco em moedas e os motociclistas e motoristas conferiam todo o dinheiro devolvido. A demora resultou em um congestionamento de 6 km, no sentido Araraquara, já que a maioria dos manifestantes era da cidade de Matão.

O fluxo de veículos voltou ao normal após cerca de duas horas de manifestação, quando a catraca do pedágio foi liberada para os motociclistas e motoristas que apresentavam notas altas, pela falta de troco.

“A decisão de liberar a passagem ontem foi sábia, para evitar um tumulto maior”, afirmou o secretário de Trânsito. A cobrança voltou ao normal nesta segunda-feira. Mas os manifestantes afirmaram que os protestos vão continuar. “Foi apenas o início, e esperamos que continue no próximo final se semana, até que tomem vergonha na cara e tomem alguma atitude”, afirmou Marcelo Bonholi, integrante do Movimento Reage Araraquara, um dos organizadores do movimento.

Fonte: G1





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