Jornalista de Araraquara prepara livro sobre a história de imigrantes simpatizantes do nazismo

Em 1935, o comerciante alemão Hans Henning von Cossel, líder do partido nazista no Brasil, uma espécie de Adolf Hitler tupiniquim, assim descrevia a cidade de Blumenau, no estado de Santa Catarina: “Uma cidade em que é difícil ouvir uma palavra em português, em que as casas lembram uma pequena cidade da Alemanha central”.

Estas palavras, publicadas em um jornal da época, só reforçam a forte presença da comunidade alemã em terras brasileiras bem antes do início da 2ª Guerra Mundial, quando a Alemanha já sentia o efeito da revolução nazista promovida por Adolf Hitler entre a década de 30 e 40.

Em paralelo à difusão da ideologia pela Alemanha, outros países cultivavam essa “cultura” por meio de imigrantes, esses porém, alheios ao racismo e ao terror pregado por Hitler em sua terra natal. No Brasil, havia cerca de 83 células, com 2,6 mil pessoas seguindo as diretrizes do modelo organizacional do Terceiro Reich, cuja sede era Berlim, capital da Alemanha.





E uma das comunidades mais significativas do Interior de São Paulo era a cidade Nova Europa, a 50 km de Araraquara. Esse intrigante capítulo da história chamou a atenção jornalista araraquarense Davi Pastrelo, que pretende contar em detalhes em um livro reportagem, “O Ninho da Águia: O Nazismo em Nova Europa” trabalho de conclusão do curso de Jornalismo na Uniara.

“A princípio, o livro tem dez capítulos; ele é baseado em documentos encontrados no Deops [Departamento Estadual de Ordem Política e Social] e em arquivos privados, além de material coletado com alguns entrevistados. Os documentos e fotos estão espalhados pelo Estado, nas mãos de particulares, e foram encontrados ao longo da pesquisa. Para preservar a identidade dos entrevistados, fiz uso de pseudônimos, pois o tema é delicado e optei por preservar os envolvidos”, revela o autor em entrevista ao Tô Ligado. “Quando terminar o TCC, pretendo publicar a obra, mas ainda não fui atrás disso por falta de tempo. Pretendo também abordar outros temas relacionados, como o fascismo italiano e os japoneses em nossa região —mas são apenas projetos futuros”, projeta o jornalista.

Fonte: Araraquara.com





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