Internações voluntárias de viciados crescem 150 por cento em Araraquara

O Conselho Municipal Antidrogas (Comad) de Araraquara (SP) registrou um aumento de 150% no número de internações voluntárias até dia 21 de fevereiro, em relação ao mesmo período do ano passado. Para o órgão, o número reflete uma conscientização do usuário pela possibilidade de uma internação forçada. Com um mês da nova lei de internação compulsória do Estado de São Paulo, 12 pacientes já foram internados na cidade.

Segundo o Comad, o número de encaminhamentos espontâneos para comunidades terapêuticas da cidade foi de 50 até 21 de fevereiro, contra 20 no mesmo período do ano passado. A média de internação nos seis centros de tratamento de Araraquara subiu de uma para cinco, segundo o presidente do Comad, Marcio Wiliam Servino. A maioria das comunidades está lotada ou com ocupação de até 80%.

Para ele, o aumento na procura por internação pelos próprios usuários de drogas reflete uma conscientização provocada pela possibilidade de internação forçada. “Isso desencadeou uma conversa entre os familiares e os dependentes sabendo que eles poderiam ser internados por bem ou por mal”, comentou Severino.

Segundo a consultora do Ministério do Desenvolvimento Social, Regina Beretta, houve também uma conscientização para os riscos do uso de drogas. “O trabalho da mídia divulgando essa possibilidade e mostrando os efeitos das drogas e seus danos faz com que as pessoas tomem consciência e busquem tratamento”, afirmou a assistente social, que se diz contrária à internação compulsória.





“O caminho ideal é a internação espontânea porque dá mais resultado e dá mais valor ao internado”, explicou. “Abdicar de algo que dá prazer, como a droga, é algo que deve ser bem pensado pelo paciente, por isso a chance de dar certo é maior”, afirmou.

Internação compulsória
Entre as 12 internações compulsórias em Araraquara, os pacientes foram acompanhados pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público. Famílias que não têm condições para pagar pelo tratamento podem recorrer a essas alternativas.

“Hoje temos assistentes sociais e psicólogos, não para propriamente o tratamento dessas pessoas, mas como uma forma de qualificar o atendimento e fazer o encaminhamento de forma mais técnica”, explicou o promotor Frederico Monteiro.  Entre as internações compulsórias realizadas em janeiro, seis foram acompanhadas pela defensoria.

Na cidade, não há hospital na cidade de Araraquara específico para o tratamento de dependentes químicos, mas a Prefeitura de Araraquara mantém convênio com uma clínica da cidade de Limeira (SP) para internar os pacientes.

Fonte: G1





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