Guardas Municipais começam a usar armas de choque em Araraquara

A Guarda Civil Municipal de Araraquara (SP) começou a utilizar nesta quarta-feira (17) 25 armas de choque, que foram entregues ao efetivo no último sábado (13). O objetivo é reforçar os serviços da GCM na segurança pública da cidade, que de janeiro a maio deste ano registrou um latrocínio (roubo seguido de morte), dez homicídios, 218 roubos e 1.457 furtos. Em Rio Claro, o armamento de choque é usado desde 2008.

Nesta semana, 30 dos 90 guardas municipais de Araraquara já passaram por um curso de formação exigido pelo Exército Brasileiro para poderem utilizar as armas. “O treinamento é obrigatório para que o agente esteja capacitado para o uso, já que o manuseio incorreto e o abuso incorrem em riscos”, explicou o tenente Rudi Bauer.

Para o especialista em segurança Fernando Moreira, a pistola é importante como ferramenta de imobilização, mas é preciso usá-la com cautela. “Como qualquer arma, o nome correto dela é arma menos letal. Anos atrás era chamada de arma não letal, mas muita gente já morreu. Qualquer dose de choque extra pode machucar feito e matar, sem dúvida”, ressaltou.

Diferencial

Entre as principais características das pistolas estão: mira a laser, alcance de até 10 metros e corte automático da corrente após cinco segundos do momento do disparo, o que dificulta a ocorrência de choques prolongados de forma involuntária.

A arma pode ser disparada de duas formas: próximo ao corpo da pessoa ou à distância. Cada disparo leva cinco segundos e dá uma descarga de 50 mil volts em média.

“O choque dói muito, contrai os músculos e não deixa você se movimentar. Isso incapacita a pessoa, que fica qualquer tipo de reação, o que ajudará bastante durante as abordagens no dia a dia”, disse o guarda José Rosivaldo Soares dos Santos.

Choque

Para dominar o equipamento, os guardas municipais também experimentaram a sensação de levar o choque. “Com isso sabemos quanto tempo temos para fazer a imobilização e aprendemos que não é necessário o abuso para conter um suspeito”, contou o guarda Fabrício Virgilio.





O secretário de Segurança da cidade, Eli Schiavi, afirmou  que agora os guardas se sentirão mais seguros para atuar nas ruas. “Sempre que se compra novos equipamentos o objetivo é melhorar. Isso trará mais segurança à população e aos guardas, que poderão ajudar as policiais Militar, Civil e Federal e, principalmente, cuidar do patrimônio público”, ressaltou.

A guarda Camila Américo lembrou que a GCM atua em algumas situações em que é grande a vulnerabilidade, por isso é importante estar bem preparado nas ruas para evitar riscos desnecessários ao efetivo.

Novos equipamentos

Além das armas, a GCM recebeu também três viaturas não-operacionais, usadas para serviços administrativos, três notebooks e 25 novos radiocomunicadores. A organização receberá ainda 15 computadores, impressoras e mobiliário que serão adquiridos.

Os novos equipamentos foram comprados com recursos do Ministério da Justiça, que firmou convênio de RS 400 mil com a Prefeitura no final do ano passado. Além do uso das pistolas, os guardas municipais de Araraquara já eram equipados com gás de pimenta, tonfa – uma espécie de cassetete, e coletes à prova de balas.

Região

Outras cidades já recorreram ao uso da pistola de choque. Em rio Claro, a arma deve ser usada novamente a partir de agosto. Em 2008, a Guarda Municipal recebeu 11 importadas, mas o custo de manutenção era muito alto. Agora eles trabalharão com dez, todas nacionais.

Segundo o comandante Wlademir Walter, o equipamento é bastante utilizado em situações de abordagens a suspeitos viciados em drogas, pessoas alcoolizadas e casos de brigas de família. “Usamos a pistola para dominar a pessoa sem precisar machucá-la ou entrar em enfrentamento com ela”, explicou.

Em São Carlos, Santa Cruz das Palmeiras e Matão a GCM não usa nem arma de fogo, nem de choque.  Em Leme e Pirassununga, os guardas têm apenas arma de fogo. São João da Boa Vista não tem Guarda Municipal.

Fonte: G1





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