A incidência de raios é alta na região. Enquanto a média nacional é de cinco descargas elétricas por quilômetro quadrado, Rio Claro (SP) tem 10,10, seguida pela cidade de São Carlos (SP), com 8,26, e Araraquara (SP), com 8,25.
As ocorrências aumentaram significativamente este ano. Nos primeiros 20 dias deste mês, o número em Rio Claro subiu de 87 para 658. Em Araraquara, passou de 377 para 916, e em São Carlos, de 321 para 565.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não há uma explicação para esse alto índice na região. Os técnicos alertam, entretanto, que a temperatura do Oceano Atlântico está ligeiramente acima da média na costa brasileira e isso deve favorecer a ocorrência de raios.
Outra explicação para tantas descargas elétricas é o aumento da poluição e do aquecimento global. “Isso produz maior evaporação de água do oceano, que aumenta a umidade na atmosfera alta e o número de partículas”, explica o Iori Borissevitch, físico da USP de Ribeirão Preto.
Há cerca de 20 dias, raios queimaram o equipamento inversor de freqüência, instalado perto das bombas de captação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de São Carlos. O abastecimento foi prejudicado e dez mil casas ficaram alguns dias sem água.
Em São João da Boa Vista (SP), o aposentado José Carlos Vicente, de 52 anos, flagrou com uma câmera a queda de um raio no quintal de sua casa, a cerca de 2 metros de onde estava, no bairro Jardim Cledirna.
“Eu já estava há um ano tentando registrar um raio, mas não tão perto. Eu assustei. Falam que raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas eu não acredito. O clarão foi tão grande e intenso que parecia coisa de filme de ficção”, brincou.
Fonte: G1