Araraquara: Citricultores esperam que medidas do governo ajudem nas negociações

O Governo Federal anunciou medidas de apoio à citricultura e a principal foi a definição de um preço mínimo para a caixa de laranja. Para alguns produtores, o apoio veio tarde, mas para outros a iniciativa vai ajudar nas negociações.

O preço mínimo agora é de R$ 10,10 pela caixa com 40,8 quilos. A contrapartida para as usinas que praticarem esse valor é o acesso a linhas de crédito para estocagem e custeio com prazos alongados. Para o produtor foi criado um crédito de até R$ 150 mil para a manutenção dos pomares.

A notícia animou o citricultor Sérgio Spagnolo, já que é a garantia de que as vendas vão cobrir os custos de produção. “É de extrema importância essa decisão do governo porque baliza em um preço mínimo que seja justo para o produtor. A partir daí o mercado vai trabalhar em cima de um mínimo que o produtor possa viver e pagar os seus custos”, disse.

Mas para muitos produtores a medida chegou tarde demais. Quem estava acostumado a vender para a indústria, mas não tinha contrato fechado, viu a fruta apodrecer e cair do pé.





As variedades de colheita precoce não puderam esperar. Em uma propriedade da cidade de São Carlos, mais de 50 mil caixas de laranja deixaram de ser colhidas.

Em um talhão as plantas têm em média 20 anos e estão no auge da produção. Cada uma rende de cinco a sete caixas da fruta, mas, mesmo assim, o agricultor decidiu arrancar os pés, pois está desistindo do cultivo da laranja.

Com um trator um funcionário retirou um a um os pés carregados. Ao todo, 16 hectares de terra fértil vão deixar de produzir.

Em outra área de 95 hectares, o agricultor já retirou o laranjal. No ano que vem, o local vai servir para a criação de gado.

Ainda restaram 540 hectares com pés de laranja de variedade tardia, para ser colhida no fim do ano, mas se o mercado não reagir e faltar comprador, tudo vai virar pasto. Além disso, o prejuízo pela crise vai chegar ao trabalhador rural. “Nós temos um total dessa propriedade em torno de 230 pessoas desempregadas”, explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Maurício Baretto.

Fonte: G1





Deixe seu comentário