A falta de professores efetivos na rede estadual de ensino é um problema cada vez mais comum nas escolas públicas. Em Araraquara (SP), a utilização de professores eventuais para substituir os afastados ou até para preencher vagas sem profissionais contratados, tem gerado prejuízos para educação.
Formado um educação física, um professor, que preferiu não se identificar, contou que quando os colegas faltam ele substitui, independente da disciplina ministrada. Na rede estadual desde 2001, ele já deu aulas de português, matemática, filosofia, geografia e química. “Permaneço em várias escolas dando aulas eventuais de todas as outras disciplinas. Tento passar pelo menos o conhecimento mínimo da minha possibilidade também. Essa é a verdade”, denunciou.
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), mais de 220 mil professores trabalham na rede e, destes, 50 mil são temporários. Eles se dividem em três categorias: os eventuais, que só substituem as aulas quando outros professores faltam; os emergentes, que são estudantes de graduação de outras áreas; e os contratados com aulas atribuídas, temporários que substituem os professores em licença.
Essa rotatividade em sala de aula na cidade de Araraquara prejudica a qualidade do ensino. “Falta continuidade de processo educacional. Quando você tem professores que a cada ano estão em uma unidade escolar, ou a cada mês estão trabalhando dentro de uma unidade, você tem um problema sério de continuidade do trabalho que possa estar sendo desenvolvido”, afirmou o diretor da Apeoesp Ariovaldo Camargo.
Segundo Camargo, é preciso melhorar as condições de trabalho dos professores temporários e abrir um novo concurso público. “O professor entrar na rede sabendo que ser vai contratado e tendo um mínimo de garantia que, no ano seguinte, poderá dar continuidade a sua forma de contratação e, portanto, garantindo o sustento da sua família e a continuidade do seu trabalho”, disse.
Concurso
Segundo a dirigente de ensino de Araraquara, Maria José Zaccaro, está previsto um concurso para a contratação de professores no próximo semestre, mas ainda não há data definida e nem a quantidade de vagas disponíveis.
“Nós já tivemos uma atribuição que foi feita, uma nomeação de professores, em 2012, e agora para complementar o módulo, em relação às aposentadorias e a tudo mais, a gente terá que abrir um concurso. A secretaria tem feito esse trabalho de ouvir as escolas e a comunidade. Nesse trabalho vamos atender e colocar todas essa vagas, de déficit, para atribuir a partir do próximo ano”, afirmou a dirigente.
Fonte: G1